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Capitulo 9 - Inesperado

  • Foto do escritor: Vitor Rodrigues
    Vitor Rodrigues
  • 11 de jan. de 2019
  • 5 min de leitura

Capítulo 9 – inesperado


Dentro do quarto agora estava uma situação estranha, Ophelia estava em prantos, murmurando inúmeras vezes “me desculpe ” e Jidé parado como um boneco esperando Ophelia se acalmar.


- Eu sou um pouco emotiva, me perdoe – disse ela agora mais calma, com os olhos ainda vermelhos por chorar poucos minutos atras – você deve estar confuso.


- Sim, estou muito confuso na verdade, queria saber por que você está pedindo desculpas para mim? - disse Jidé.


- Resumindo para você, eu sou irmã da sua mãe, logo sua tia.


Jidé agora entendeu o por que das perguntas mas ainda estava confuso pela comoção de Ophelia.


- Entendo, mas por que você estava se desculpando? - insistiu na pergunta.

- Eu queria estar com você quando você precisava, mas eu não sabia… não sabia que você estava vivo, eu nunca aceitei o relacionamento dela com seu pai, pois ele não me pareceu confiável, mas ela insistiu, logo depois engravidou de você, e depois nos tivemos uma briga, uma briga feia, ficamos sem nos falarmos por muito tempo e para piorar eu fui selecionada para uma pesquisa das armas portáteis me mantendo totalmente fora do mundo por anos. Na época eu não pensei muito pois ainda estava brigada com ela, então aceitei sem hesitar, e sem avisá-la, quando eu terminei a pesquisa descobri que ela já estava morta, e seu pai também, mas não havia sinais de você, então acreditei que havia morrido junto com ela. Quando eu soube quem você era hoje eu não pude resistir, então me desculpe, eu simplesmente não sabia que você existia – ela disse tudo isso em uma só respiração, e terminou voltando a derramar lágrimas.


Jidé ficou paralisado, entrou em seus pensamentos, fechou os olhos como se fosse algo doloroso, respirou fundo e suspirou, ele então se levantou e foi ate o lado de Ophelia e fez algo que nem mesmo ele acreditaria que poderia fazer após tantos anos de solidão, ele levantou sua mão e limpou as lágrimas nos olhos de Ophelia, então deu um amplo e lindo sorriso, o primeiro sorriso em 10 anos, a primeira vez que ele, após anos de vida sozinho, se virando como podia, sem ninguém no mundo pra contar, sem ninguém em quem poderia confiar.


- Está tudo bem, eu não lhe culparei, eu nunca culpei ninguém, o mundo não é justo, e culpar os outros não mudaria o fato que todos ao meu redor se foram, pelo menos agora posso ter você, minha única família viva – a palavra família ficou um pouco engasgada em sua garganta, a palavra que ele nunca usara.


Ophelia que já estava fungando e parando de chorar, o abraçou de novo e recomeçou a derramar lágrimas, porém agora diferente, com um sorriso em seu rosto também. Minutos depois, eles se separaram e olharam um para o outro, Ophelia bagunçou o cabelo de Jidé com a mão e logo em seguida gritou:


- Ja pode sair dai briam, a porta está aberta.


Jidé não entendeu de início e logo a porta do quarto se abriu com Briam coçando a cabeça envergonhado.


- Eu vim ver se você estava bem, já que ficou emotiva ao ver Jidé , não esperava me deparar com uma reunião familiar em vez do que estava imaginando – Disse briam sorrindo envergonhado.


Jidé finalmente entendeu o que estava acontecendo e logo voltou ao seu rosto habitual sem expressão, ele se levantou indo ate a porta.


- Já que disse o que tinha pra dizer, vou indo – Disse quase fechando a porta – Não vou lhe chamar de tia por que faz muito tempo que não uso nenhum termo semelhante.


Jidé encontrou seu quarto após um tempo, depois de pedir informações 3 vezes, o lugar era um labirinto de portas que poderia deixar qualquer um perdido. Chegando em seu quarto, ele viu que era um quarto simples, com uma cama a direita e uma mesinha ao lado, um grande guarda roupa na parede da esquerda e uma janela no meio da parede a sua frente, as paredes eram de um avermelhado, similar a todo o visual do castelo, ele se deitou na cama, era confortável diferente do dirigível, que ele dormiu em uma cadeira e em sua casa que a cama era quase como pedra por causa do tempo. Ele fechou os olhos e cochilou.


Algumas horas depois veio uma batida em sua porta, ele se sentou antes de seguir andando lentamente ate ela, abrindo ele deu de cara com um corpo musculoso, era Chôk.


- Vamos comer, o jantar está pronto, eu não sabia se você já tinha chegado já que a professora lhe chamou e depois você sumiu.


Jidé foi ate o guarda-roupa e pegou um casaco preto, estava ficando frio, ele se virou para Chôk e disse:


- Nao foi nada de mais, apenas um assunto pequeno, vamos comer.


Chôk assentiu com a cabeça e abriu caminho com Jidé o seguindo. Chegando na cantina, Jidé passou o olho por todos ate encontrar Bidi, isolada em um canto, ele não sabia o por que mas sentia falta das suas tagarelices, foi ate a cantina, pegou o seu prato e foi em direção a ela. Se sentando ao seu lado, Bidi perguntou para ele:


- O que a professora queria com você?


- Parece que ela é minha tia – respondeu ele calmamente enquanto comia.


Bidi fez que sim com a cabeça antes de analisar a frase novamente, e logo soltou um grito e olhou para ele como se perguntasse “Qual é o seu problema?”, Jidé não percebeu que ele adquiriu uma habito de ser sincero ate demais com Bidi, talvez por que ela era sempre transparente em suas expressões.


- O que foi? - perguntou ele após a reação exagerada dela.


- Como assim ela é sua tia? - Bidi falou reprimindo sua raiva da reação dele.


- Ela é irmã da minha mãe, então é minha tia, nada de complicado de se entender com seu Qi – respondeu de forma sarcástica.


Desistindo de tentar entender Jidé, ela voltou a comer com um beicinho, não deixando de resmungar.

- Você é muito estranho.


Terminando de comer todos os jovens voltaram lentamente para seus quartos, enquanto abria a porta Jidé foi surpreendido com Ophelia e briam em seu quarto, Ophelia tinha um embrulho em suas mãos, ele notou que ela estava um pouco ansiosa.


-Toma, isso eu quero dar pra você – disse ela passando o embrulho.


Jidé olhou sem expressão antes de pegar o embrulho e abrir, o que havia dentro era uma máscara, em forma de pantera, porém branca, com marcas douradas. Enquanto admirava a mascara em suas mãos , Ophelia começou a explicar:

- Essa é uma máscara que tenho trabalhado a um tempo, ela purifica o ar melhor do que as outras, vocês ganhariam uma amanha, não dá pra sair pra caçar sem uma dessas, afinal a radiação nunca foi segura e vai saber o que faria conosco nas linhas de frente da fronteira, coloque ela no rosto, ela é auto ajustável, tem visão noturna e comunicador, é só ligar na frequência que seu grupo está, não conte pra ninguém que eu te dei isso, é meu primeiro presente como sua tia – disse ela dando uma piscadinha.

Jidé colocou a máscara em seu rosto e ela logo começou a se modificar, ate se encaixar perfeitamente em seu rosto, ele ficou admirado com ela novamente, era uma máscara que com seu cabelo branco combinavam de uma forma incrivelmente bonita. Depois de conversar com Ophelia e Briam mais um pouco, eles saíram pois tinham uma reunião com os outros professores. No dia seguinte seria o dia em que os jovens de Edeh chegariam, será um longo dia. Com esse pensamento ele foi dormir.

 
 
 

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