Capitulo 6 - a primeira caçada pt 1
- Vitor Rodrigues
- 10 de jan. de 2019
- 7 min de leitura
Capítulo 6 – A primeira caçada pt 1
Se passou o que pareceu um longo tempo antes de Jidé acordar, ele abriu os olhos e a luminosidade o deixou cego por um momento, ele se sentou, olhando em volta ate perceber que estava em uma especie de enfermaria.
- Ora ora a bela adormecida acordou – a voz de Briam veio do seu lado subitamente .
Jidé fitou ele por um momento, antes de perguntar:
- O que aconteceu?
- Você apagou depois do teste de resistência, eu achei que você fosse mais do que isso – disse ele em um tom sarcástico.
- Eu consigo ser rápido, a resistência eu posso trabalhar com o tempo – respondeu se negando a entrar na brincadeira de Briam.
- Coff Coff… você dormiu por um dia inteiro já, como passou poucas horas de sono ontem eu deixei você dormir, Bidi também – disse puxando a cortina da cama ao lado, mostrando Bidi babando enquanto sonhava com algo bom, pois tinha um sorriso no rosto – chegaremos em amudad amanha antes do sol nascer – continuou, levantando-se e indo em direção a porta – alias, acorde Bidi e venham ate a cantina tomar café, teremos o ultimo teste hoje.
Jidé ficou pouco tempo sentado, pois logo após Briam sair ele se levantou foi até a cama ao lado e cutucou a testa de Bidi , ela franziu a testa e logo abriu seus grandes olhos de azul como o céu.
- O que foi? - perguntou com uma voz mais grossa que o seu habitual.
- Briam me avisou para irmos tomar café, antes de fazer o ultimo teste, chegaremos a amudad amanha cedo.
Ela dessa vez abriu os olhos amplamente, antes de se sentar assutada e ficar encarando o nada por um momento e se levantar da cama de vez.
- O que será que temos para comer? - disse ela enquanto saltitava para a saída da sala.
Jidé suspirou observando como ela se comportava, e depois a seguiu. Chegando na cantina, os dois receberam olhares de todos, se foram bons ou ruins, Jidé nunca ligou para isso primeiramente, ele logo foi para a fila pegar seu prato, seguindo o exemplo de Bidi que já estava se locomovendo para um canto remoto da cantina, sentando a sua frente.
- Essas suas tatuagens, o que são? - perguntou subitamente Bidi, sem a aparência despreocupada que sempre tinha.
Jidé estava se perguntando como ela viu, já que suas roupas a ocultavam por inteira, era uma tatuagem que seu pai fez quando um pouco antes dele morrer, ele disse que as tatuagens eram uma forma de transmitir ou ocultar significados, ele não explicou nada além disso, então ele falou:
- Meu pai fez em mim antes de morrer, ele não me explicou nada, a única coisa que eu sei é que ela cresce como se estivesse viva, afinal faz 10 anos que eu a tenho e ela sempre se adapta ao meu tamanho, não sei como você viu – ele olhou para ela com uma cara de desconforto.
- Quando estavam te levando para a enfermaria, eles tiraram sua camisa para passar pomada no local onde você tomou as pancadas, eu não olhei por querer – Bidi disse corando levemente – Você realmente é branco como um fantasma – após dizer isso ela se levantou para colocar o prato dos dois na pia da cantina – acho que já sei qual será o teste de hoje.
Indo para o terceiro andar novamente, Jidé se deparou com uma máquina no canto da sala que não estava lá anteriormente, era um amontoado de cadeiras como uma sala de cinema, porém logo acima das cadeiras haviam capacetes com fios que levavam ate uma caixa-preta que estavam na parte de trás de cada cadeira.
- Vocês devem estar se perguntando o que é essa maquina nova que temos aqui – comentou Inah – ela é uma máquina de realidade virtual, geralmente usada no treinamento do pelotão especial de caça, essa será uma rara oportunidade para vocês, ela testara a sua capacidade de sobrevivência e técnicas de caça, primeiramente formem trios, passem seus nomes para mim e iniciaremos o teste, o trio vencedor ganharão um dos protótipos das armas portáteis, Jidé apesar de você ter uma, você pode escolher outra dependendo da escolha, se ganhar, lhes darei 10 minutos para escolherem seus grupos quando decidirem venham ate mim – completou ela se movimentando em direção a mesa ao lado da máquina.
Jidé e Bidi olharam um para um outro em um entendimento mutuo, e se afastaram um pouco da multidão, enquanto todos os observavam, então logo uma bagunça generalizada se formou, de grito em grito os grupos foram se formando lentamente, apenas os dois que ainda não tinham um terceiro membro do trio, mas suas aparências era de como não ligassem para isso , até que um jovem, grande e musculoso, o mesmo que foi o primeiro a ser testado no teste de força se aproximou deles
- Posso me juntar a vocês?- perguntou ele um pouco envergonhado, muito diferente do porte de seu corpo
- É com ela, eu não ligo – disse Jidé apontando para Bidi.
Bidi olhou com alguma surpresa para Jidé, como se esse ser humano longe de ser amigável aceitou facilmente.
- Por mim tudo bem também, eu sou Bidi e ele Jidé shiskof – disse ela com um sorriso brilhante.
O jovem se perdeu um pouco pensando se havia sido fácil demais, afinal os dois era os mais destacados dentre eles, um conseguiu uma nota incrível no teste de reação, e no de força, além de ter um sobrenome, a outra era filha de uma oficial e quase chegou ao nível 5 no teste de força, não havia ninguém dentre eles que não soubessem seus feitos.
- Eu sou chôk prazer em conhecê-los – disse o grande jovem de uma forma que não combinava com ele - vocês são mais amigáveis do que eu imaginei.
- Por que pensou que não eramos? - Perguntou Bidi um pouco surpresa.
-Vocês sempre estão juntos e com o resultado de vocês todos tínhamos um entendimento geral que não queriam se misturar com o resto de nós, sabe...pessoas normais.
Bidi então olhou para Jidé e percebeu que só falara com ele na viajem toda, ela corou um pouco desviando o olhar e logo lhe lançou outro olhar agora um pouco mais penetrante.
- Isso é culpa desse menino de gelo, ele me ignora a maior parte do tempo, parece que eu falo com uma parede – Resmungou ela em seguida.
Jidé por outro lado olhou para ela resmungando e ignorou como sempre fez, ficando uma cena um pouco estranha.
Chôk não resistiu e começou a rir
- Realmente, bem diferente do que aparentam, vamos nos dar bem e ganhar esse teste – disse ele um pouco mais empolgado, mas ainda envergonhado.
Com todos os times já formados, Inah que estava configurando algo no computador a sua frente levantou a cabeça e indicou para todos sentarem.
- A máquina ira simular uma situação diferente para cada trio, vocês não se encontrarão pois estarão separados por ambiente específico, eu e os outros oficiais analisaremos tudo em uma sala ao lado, trabalhem em equipe, não precisam ter um líder se quiserem, e acima de tudo, priorizem a sua segurança juntos, isso é um time, escolham suas armas com a mente, imagine a arma que você deseja e ela aparecera em sua mão, dito isto vamos começar, coloquem os capacetes.
Jidé colocou o capacete, o mesmo emitiu um zumbido leve e logo sua visão ficou negra, e quando voltou ele já estava em um local diferente, era um mundo de neve, em cima de uma montanha, atrás dele havia uma grande floresta com árvores negras, que dava uma sensação de arrepio, antes que ele pudesse pensar em algo, um rugido veio de suas costas, um grande urso branco estava correndo em sua direção, ele não se desesperou e lembrou o que a Inah disse, e visualizou sua arma portátil, que apareceu em sua mão magicamente, ele olhou para ela e depois para o urso que estava cada vez mais perto, apertou o botão azul fazendo ela se abrir, e esperou o monstro chegar, quando o urso já estava perto o bastante, se levantou com a intenção de dar uma patada, Jidé se moveu nesse momento, se agachou e pulou, com a arma em mãos penetrando da barriga ate o queixo do monstro, ele deu um rugido ao ver que sua barriga foi aberta, e no desespero tentou de todas as formas atacar o humano a sua frente, Jidé desviou sem dificuldades, deu um passo para a direita e a pata passou raspando seu rosto, girou a arma em sua mão com as lâminas afiadas ele cortou o braço do monstro e logo cortou de cima para baixo decapitando em um movimento suave, o monstro parou de atacar e logo sua cabeça deslizou, caindo na neve agora manchada de vermelho, ele respirou fundo e olhou para a arma em sua mão, sua aparência como uma foice de dois gumes, manchada de sangue, compartilhando um tipo de conexão.
Então ele ouviu um grito ao longe, olhando para trás ele viu Bidi e Chôk correndo em sua direção, quando chegaram perto o bastante para ver a bagunça de sangue e tripas que estava o chão, olharam para ele.
- Foi um bom aquecimento - disse ele calmamente – íctus fez todo trabalho – continuou acariciando a arma.
- Íctus? - Perguntou Bidi.
- Minha arma, acabei de nomeá-la
- Bom trabalho, eu acho – disse Bidi olhando para ele estranhamente e depois olhou para o monstro já falecido na neve – Bom trabalho – repetiu.
Ignorando a comoção dos outros dois, Jidé olhou para a floresta negra, antes de falar:
- Vamos em direção a floresta, vamos morrer de frio antes mesmo de tentar caçar algo – disse apontando Íctus para a floresta.
Chôk que ainda estava parado olhando para o urso acenou com a cabeça automaticamente, ele estava usando um grande porrete quase tao grande como ele, de um ferro preto, já Bidi usava duas pistolas e uma espada em suas costas, ela se parecia uma mercenária de alguma história de fantasia. Logo eles se dirigiram em direção a floresta.


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