Capitulo 7 - A Primeira Caçada pt 2
- Vitor Rodrigues
- 10 de jan. de 2019
- 6 min de leitura
Capítulo 7 – A Primeira caçada pt 2
Enquanto andavam em direção a floresta, Bidi perguntou algo que a incomodava desde que vira Jidé lutando.
- Onde você aprendeu a lutar desse jeito?
- Eu costumo treinar diariamente, e perto de onde eu moro tem um bosque que foi abandonado, além de correr, eu treino socos, chutes com um boneco de dojo que foi abandonado junto com o bosque, nunca cheguei a caçar, mas eu acho que já que eu treinei tanto não devo ficar nervoso como um inciante sem preparo. - disse de forma segura.
-Você realmente é estranho – resmungou Chôk.
Entrando na floresta eles logo perceberam que não era como esperavam, era mais quente, quase como se ignorasse toda a neve que havia do lado de fora dela, dava para se ouvir ruídos e grunhidos de alguns animais, mas eles não se atreviam a chegar perto dos invasores sem saber o quão forte são. Durante sua caminhada ate achar um local adequado para acampar, Jidé ouviu um barulho de passos quase imperceptível se não houvesse algumas folhas secas, instintivamente ele virou abrindo sua Íctus mirando em um canto a sua direita ele disparou sem hesitação, o que seguiu foi um borrão e o animal se tornando aparente para todos, tudo isso em apenas um momento.
- Mas o que?? - exclamou Chôk olhando para a criatura ofegante no chão.
O animal era como um grande leopardo, porém metade do seu tamanho, tinha uma pele que parecia de camaleão, tinha um visual rústico e cheia de protuberâncias, com 4 olhos e um bico em vez de focinho, era um animal extremamente estranho e desconexo.
Chôk viu que Jidé estava cutucando o animal de maneira calma para confirmar que estava morto e Bidi estava mais interessada em observar em como os grandes carvalhos de cor negra cresciam e se espalhavam emaranhando um nos outros, ele percebeu finalmente que ficou em um grupo muito estranho. Quando finalmente acharam um lugar adequado para acampar já havia ficado escuro e já não viam muito a sua frente, quando conseguiram fazer uma fogueira eles se sentiram mais aliviados, mas esse alívio não demorou muito tempo, logo pares de olhos começaram a aparecer na escuridão a volta deles, Jidé pegou sua Íctus ativando sem hesitação, logo um bando de gorilas surgiram das sombras, com seus pelos azul-claro, e olhos totalmente brancos como a lua, Jidé não esperou que eles dessem o primeiro golpe, pois seria um grande erro deixá-los se organizarem para a luta, ele colocou força nos pés e se lançou pra cima dos animais, logo os dois outros seguiram seu exemplo em uma formação padrão, Bidi na parte de trás, Chôk na frente e Jidé ao seu lado. Tudo virou uma bagunça generalizada, Jidé parecia dançar entre os grandes gorilas, sua velocidade superior lhe deu uma ampla vantagem, usando sua Íctus como um mestre, um corte pra cima depois fechando sua arma, uma cambalhota para as costas do animal, se levantou apontou para a cabeça do grande gorila, a arma se abriu chegando ate o pescoço, quando as lâminas apareceram ele puxou a arma, a cabeça saiu voando e deixando um rastro de sangue no chão, ele não esperou muito e se jogou em outro.
Enquanto a luta seguia, Jidé pareceu entrar em seu próprio mundo, tudo ao seu redor ficou lento, ele parecia um deus da guerra, pulando, cortando de cima para baixo, como se tivesse olhos atrás da cabeça ele desviou de um soco vindo fora de sua visão, as balas de Bidi, passando por ele, cortando tudo o que vinha a sua frente, cercado por 3 gorilas, ele pulou girando Íctus, bateu com a parte inferior na arma no soco do gorila a sua frente, deu um mortal para trás desviando de mais um soco do gorila a sua direita, pousando em com corte limpo na perna do gorila a sua esquerda, girou a arma novamente, e finalizou decapitando o animal, agora restavam dois, ele logo se lançou no gorila que ainda estava paralisado pela dor na mão, em um corte limpo no cotovelo a mão caiu ao chão, depois pulou cravando a lâmina em seu maxilar, e puxou pousando em suas costas então o animal caiu com sua cabeça dividida em dois, Jidé então se virou e observou a sua volta, todo os animais já estavam ao chão, restando que tinha a sua frente, mas este já estava prestes a se virar e correr, quando parou de repente, e caiu, mostrando um buraco de bala certeira entre os olhos, Jidé então se virou para ver Bidi, e depois olhou para Chôk que estava parecendo uma montanha vermelha manchado com o sangue dos animais, ele mesmo não percebeu que ele estava quase da mesma forma e com um sorriso no rosto, um sorriso de excitação ao matar.
Depois da primeira, veio mais uma horda, logo vindo a terceira, a quarta, em todas elas eles foram aperfeiçoando seus estilos de luta, logo se passou o que pareceu dias nesse meio tempo. Cansados e sujos, os 3 estavam ofegantes, Bidi que queria aproveitar essa oportunidade para analisar os grandes carvalhos não conseguiu pois as hordas não paravam de vir, antes que ela pudesse reclamar, um barulho um pouco diferente do que os gorilas faziam veio ao seu ouvido subitamente, ela procurou ao seu redor antes de perceber algo e olhar para cima, uma enorme ave, pousada em um dos galhos olhava para os 3, antes que ela pudesse ter qualquer reação a ave abriu asas e se jogou em cima dela, abrindo o bico e levando sua cabeça junto, ela teve uma sensação estranha de dor de cabeça antes que tudo se apagasse ela voltasse a sala de teste.
Jidé que estava a uma distância considerável de Bidi não teve tempo de salvá-la e antes que ele se desse conta seu outro companheiro também caíra nas garras da grande ave, divido em dois, agora só restava ele contra o grande animal a sua frente, mas ele não vacilou ou demonstrou medo como se deveria, ele parecia muito mais animado, todas as lutas que ele venceu e todas as mortes que vieram por suas mãos apesar de ele saber que era apenas uma simulação lhe deram uma sensação de excitação sem precedentes, como se cada célula de seu corpo clamassem por uma batalha, ele não percebeu que sua tatuagem outrora preta como o céu da meia-noite, criara linhas brancas criando um padrão, muito parecido com algum tipo de dialeto, letras e números brilhavam, mas ele não percebeu, ninguém percebeu, ele estava muito concentrado somente no inimigo a sua frente.
A ave deu o primeiro passo na batalha, ela veio em um rasante em direção a Jidé, ele prontamente deu um passo para o lado e pulou desviando das garras do animal, a ave não desistindo deu meia volta e começou a perseguir ele quase em solo, ele deu um impulso e correu em direção a árvore mais próxima, quando a ave estava quase a pegá-lo ele colocou o pé na árvore aproveitando o impulso pulou para trás, ativando sua Íctus ele cravou nas costas do animal, extremamente nervoso por levar um golpe do humano, a ave subiu em voo e logo desceu novamente tentando se livrar do humano preso em suas costas, Jidé não ficou parado olhando tudo isso acontecer, quando a ave desceu em rasante ele desativou e logo ativou sua arma novamente, as lâminas agora encaixadas no crânio do animal, ele apertou o botão branco, ouvindo o barulho de bala e de carne sendo dilacerada, ele que não percebeu que a ave já havia subido ao céu novamente, logo ele olhou para o chão que estava tão distante, caindo, todo a adrenalina que havia em seu corpo desapareceu, e logo tudo ficou escuro.
Jidé percebeu que voltou a sala de testes, mas todos estavam olhando para ele novamente, uma cena recorrente depois que ele entrou no dirigível, a primeira pessoa a falar foi inesperadamente uma que não estava na sala quando ele iniciou a simulação, Briam.
- Eu não via uma batalha assim fazia um tempo - disse briam não escondendo seu sorriso de orelha a orelha, como se estivesse orgulhoso – grande batalha, grande batalha – continuou, dando tapinhas nas costas de Jidé.
- Do que diabos você é feito? - perguntou Bidi aterrorizada – só me diz como.
- Eu não sei, só senti que meu corpo chamava por uma última batalha apesar de estar exausto, segui meus instintos, só isso – respondeu ele levantando os ombros inocentemente.
Todos ao seu redor ainda não haviam digerido as cenas que eles viram no telao, foi o trabalho de briam tirá-los disso.
- Vamos, vocês só tem 5 horas ate chegarmos amudad, lá vocês não terão essa chance novamente, aproveitem para dormir bem.
Depois de chegar aos seus lugares novamente, todos exaustos não demoraram muito para pegar no sono, Jidé estava entre eles, de alguma forma ele estava ansioso para o amanha pela primeira vez desde seus 8 anos, ele queria algo grande.


Meu deus que capitulo maravilindo, ta de parabens, fiquei eletrizado com a luta do jidé!!!
O jeito de batalha dele por enquanto parece priorizar a eficiência. Se tiver chance, ataca a cabeça, o que é legal pq Íctus pode ser chamado de AVC, acidente vascular cerebral. Parece que as batalhas começaram a estimular as emoções do menino de gelo, agora foi excitação, algo que ele não demonstrou no cap1.