Capitulo 8 - Amudad
- Vitor Rodrigues
- 11 de jan. de 2019
- 6 min de leitura
Capitulo 8 – Amudad * NOVO ARCO *
Enquanto todos estavam dormindo profundamente um recado foi anunciado no alto-falante do dirigível.
-Todos acordem, chegaremos em amudad em 10 minutos, o café da manha já esta servido.
Jidé abriu os olhos com certa dificuldade, ele estava com uma profunda dor de cabeça e havia mais uma dor que o estava incomodando, que seguia por toda a sua tatuagem. Ele foi direto para a cantina, na esperança de que se comer algo poderia ajudar na sua dor. Pegando sua refeição e se sentando no mesmo lugar de sempre ele estava prestes a comer, quando ouviu a voz de Bidi
- Porque você não me acordou? - disse ela com indignação.
- Desculpa, não fiz por querer, eu to com uma dor de cabeça e só queria comer para ver se passa – Jidé disse franzindo a testa – e fale baixo – ele começou a comer após dizer isso.
O vendo mal humorado desse jeito, Bidi engoliu toda a sua reclamação, ela pensava se ele normal já a ignoraria, mal humorado deveria ser muito pior, então ela esperou por Chôk, que veio não muito tempo depois.
Após 10 minutos , todos já estavam em frente a porta do dirigível, ocorreu um solavanco indicando que o dirigível finalmente pousara depois de longos 3 dias de viagem, quando a porta se abriu, mostrou a todos uma paisagem de tirar o folego, havia uma grande floresta, vivida, verde, amarela, azul, dezenas de árvores coloridas como doces, havia uma grande muralha cercando toda a floresta, atrás dela, jazia uma montanha, grande e imponente, no topo um grande castelo com uma aparência antiga, vermelho e laranja como um fogo furioso, se podia ver destroços e estruturas do que se pareciam prédios, metais destorcidos e pedaços de concretos por toda a volta.
Enquanto todos estavam admirando a paisagem, um grupo de 6 pessoas apareceram na entrada da fronteira abrindo o portão da frente, Briam sinalizou para todos o seguirem enquanto ele se dirigia para o grande portão.
- Prazer em conhecê-los eu sou Briam, sargento das tropas de aliha, da cidade de aluh – disse ele respeitosamente para as pessoas a sua frente.
- Prazer em velo de novo Briam – respondeu um senhor que parecia estar em seus 70 anos, com uma longa barba e um manto vermelho – o tempo passa muito rapidamente, quando lhe vi era apenas um cadete que estava na minha aula – disse o velho acariciando a grande barba.
- É minha honra professor chun – falou Briam curvando levemente a cabeça.
- Primeiramente vamos entrar, vocês foram os primeiros a chegar o próximo grupo está previsto para chegar amanha – disse o professor chun indicando para entrarem.
Os jovens seguiram para dentro da muralha, admirando ainda mais as árvores coloridas nunca antes vistas por eles, mais a frente andavam os seus novos professores, eles estavam igualmente interessados em saber suas identidades e em que os ensinarão, a floresta de longe agora se parecia mais um bosque, havia bancos e algumas estruturas para comer e conversarem, era mais do que imaginavam, logo eles chegaram uma grande escada que subia para o castelo, de baixo parecia enormemente longa.
Subindo as escadas eles logo perceberam que seria um grande esforço, na metade grande maioria deles já estavam arfando, quando chegaram no final, já estavam suando e exaustos, apenas Jidé estava normal, sua dor em seu corpo pareciam passar quanto mais esforço físico ele fazia, já a dor em sua cabeça parecia piorar, o deixando de ainda mais mal humor, os professores já lhe deram o primeiro olhar duvidoso.
Uma das professoras cochichou para Briam, ela também era nativa de aluh, tinha cabelos brancos e olhos de um vermelho hipnotizante.
- Quem é esse? - sua voz era sensual, forte e melodiosa de se ouvir.
- huhuhu ele é o melhor aluno dessa leva, eu o considero um gênio, mas não temos com quem compará-lo para decidir isso, seu nome é Jidé, Jidé shiskof – respondeu de forma orgulhosa.
- Sobrenome? Eu acho que já ouvi esse sobrenome de algum lugar – disse ela pensando – ele é o filho de Didé? - perguntou agora quase em pânico.
- Sim - fazendo uma pausa ele continuou - Seu sobrinho e filho dela não só de Didé – disse Briam com uma carranca – você não pode negar ela pra sempre, ela já morreu afinal – concluiu olhando para Jidé pensativamente.
A professora também estava olhando para ele, procurando a semelhança, além do obvio cabelo branco, ela quase deixou suas lágrimas caírem, mas se segurou no final.
Levando todos para um grande salão, com muitas cadeiras e ao que parecia ser a cantina da escola pois tinha ao lado direito em um canto do salão uma cozinha, fechada no momento.
O professor chun foi ao centro onde havia uma mesa redondo e era o ponto mais alto da sala, ele sinalizou que os professores poderiam se retirar o deixando com outros dois ao seu lado, a professora de cabelos brancos e um outro professor, forte, alto de cabelos e olhos roxos, com uma pele tao branca quanto Jidé, porém havia centenas de cicatrizes em seus braços que estavam visíveis.
-Agora vamos nos apresentar, eu sou o Professor Chun, ensino historia, essa a minha direita é a professora ophelia, uma das melhores engenheiras alunience viva, e a minha esquerdo o professor burok, especialista em teoria da caça, mas não se enganem, a palavra teoria não lhe serve bem pois como caçador ele é um dos mais experientes, os outros 3 são professores de edeh, mas eles preferem se apresentar quando as aulas começarem de fato, tímidos com certeza – disse com uma risadinha. - Vocês terão 6 disciplinas, além de história, engenharia e teoria da caça, haverá também um professor de combate, um de biologia das plantas e um sobre a teoria dos mutantes, Primeiramente eu queria lhe dar uma introdução básica sobre a história de nossas cidades, eu não planejava, mas como os estudantes ederianos já aprendem desde jovem, acho que como um cidadão de aluh eu deveria lhes dar o mesmo conhecimento, mesmo resumido - ele tomou um gole de água e continuou – como todos sabemos, quando o pandemônio foi descoberto, primeiro pelos antepassados de edeh, eles também foram os primeiros a se prepararem para o impacto que isso trazia, não avisando as massas mais pobres sobre o assunto, na época é importante lembrar que eles valorizavam poder e dinheiro de uma forma grotesca, o que hoje em dia não serve mais para nada, decidindo então a construção de uma cidade, quando o pandemônio chegou, não deu tempo e nem qualquer tipo de escolha para os que sobraram além de se juntarem também, em uma tentativa de sobrevivência maior, centenas de anos depois aqui estamos, a população mundial outrora passando 10 bilhões, diminuiu drasticamente para 1 bilhão, por causa de uma escolha egoísta dos governantes do passado nos levando quase a extinção, edeh esta localizada onde no passado seria o Texas, e nós onde seria a Jamaica, foi de entendimento muto que viver em uma ilha seria mais seguro. O preconceito que temos com os ederianos é baseado na história, mas não deveríamos ter apesar de tudo, agora que vocês já sabem mais ou menos o que aconteceu eu liberarei vocês para irem aos seus dormitórios, garotos irão para a torre ao norte e as meninas ao sul, cada quarto é individual. Ophelia levara as meninas e Burok os meninos, agora vão – concluiu batendo palmas e dispensando os jovens e se virando para sair.
Jidé estava prestes a ir em direção indicada por Burok quando foi parado por Ophelia.
- Me espere aqui eu tenho algo para falar com você – Disse de maneira séria.
Jidé apenas acenou com a cabeça e se sentou em um banco próximo sob os olhares de inveja dos outros.
Demorou o que pareceu ser 10 minutos ate Ophelia voltar, ela observou ele agora mais de perto e se sentia cada vez mais triste e arrependida, analisando o garoto frio que estava a sua frente.
- Siga- me – Falou em um tom frio.
Jidé se levantou e a seguiu por um conjunto de portas, e um grande corredor até pararem na frente do que parecia ser o quarto dela, ele apenas observou calmamente, esperando o próximo comando.
Ophelia abriu a porta.
- Entre – disse ela, depois que Jidé entrou ela lhe apontou a cadeira - sente- se ai – ela então olhou para ele novamente – me diga, você realmente é filho de Didé? - ela finalmente perguntou.
- sim – respondeu.
- Quando ele morreu, você tinha quantos anos? - sua voz agora falhara de forma estranha.
- 8 anos, ele foi em uma expedição, mas nunca voltou, eu vivo sozinho desde então, já faz 10 anos – disse ele de maneira calma.
Observando essa calma diante de uma pergunta tao complexa Ophelia se sentiu ainda pior.
- Você conhecia sua mãe?.
- Não, ela morreu 1 mês depois do meu nascimento – apesar achar desconfortável a pergunta sobre a mãe, ele sentiu que deveria responder.
Ophelia então se levantou e chegou cada vez mais perto de Jidé, abriu os braços e o abraçou, agora soluçando enquanto dizia:
- Me desculpe, me desculpe, me desculpe.
Jidé nesse momento já estava sem entender o que estava acontecendo, mas se coração se moveu, ele então por instinto ou por pena, retribuiu o abraço, e fechou os olhos.


Edeh tem maior área para exploração e obtenção de recursos, mas por ser no continente é mais perigoso. Aluh tem uma área 'pequena' mas mais segura, menos chance de invasão. (Jamaica invadida) Pelo menos agora ele não está mais sozinho, 10 anos assim explica o gelo.